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Maria Conceição Teixeira Matias    

 

Eu sou Maria da Conceição Teixeira Matias, tenho 52 anos e moro aqui no Parque Santana há 32 anos. Já fiz de tudo um pouco, sou uma faz-tudo! Atualmente, estou parada, mas trabalhei por oito anos em um restaurante até fechar e, antes disso, fazia minhas quentinhas.

Minhas lembranças daqui são muito boas. Quando cheguei, foi logo no tempo da ocupação. Meus filhos cresceram aqui e, naqueles dias, não tinha tanto perigo; era tudo mato. O museu aqui perto era um ótimo lugar para trazer as crianças, e ainda pegávamos o trem, já que não tinha estação. Era como uma aventura, eu gostava demais! O bairro foi evoluindo, mas, para mim, o Parque Santana é único. Meu irmão já morava aqui, e achei um bairro legal e bom para negociar; sempre vendi bem minhas quentinhas.

Tinha muitas festas juninas nas Ruas 2 e 6, e os forrós antigos, como o forró da lama e o forró de fundo de quintal, eram muito bons. Hoje em dia, é difícil ver. Por trabalhar muito desde os 18 anos, principalmente no ramo de gastronomia, eu não participava de muitos eventos durante o dia, mas, à noite, sempre saía. Tenho lembranças boas, como os 15 anos em que trabalhei numa casa perto do balão do Mondubim, onde ia a pé. Minha única tristeza foi ter que me mudar da Rua 1, a principal, para a Rua 14, porque eu precisava de uma casa mais completa para meus dois filhos e não tinha condição de terminar a minha.

Sobre lendas, o pessoal dizia que sempre via uma mulher de branco perto da lagoa da Libânia, mas eu nunca vi, mesmo o bairro sendo cheio de mato no começo.

Minha mensagem para as futuras gerações é clara: não queiram sair do Parque Santana! É onde nasceram e se criaram. Meu filho tentou sair, mas voltou no dia seguinte. O Parque Santana é único e tem que permanecer ali. Mesmo que construam suas próprias casas, que continuem no bairro. Para mim, no Mondubim não existe outro igual, nem para morar nem para trabalhar, pois aqui você vende o que quiser e consegue um sustento digno.

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